O Homem na Ilha

De que adianta ter toda a água do mundo, se ainda assim se morre de sede ? De nada me adianta estar rodeado de tanta água , estar sempre molhado das ondas, ser acariciado pelos respingos da água. Se, ainda sim, sinto sede.

Do meio de minha pequena ilha, observo a minha volta.
A areia úmida encontrando-se com a areia clara e seca.
Como se fosse um grande cobertor azul cristalino , o mar.

Quantos segredos, histórias e formas de vidas diferentes existem nesse momento no mar ?
Tesouros escondidos sobre o azul profundo.

Mas ainda sim, de que me adianta tanta água ao meu redor. Se quanto mais eu a bebo, mais sede sinto.

Uma piada cruel, ironia estúpida. Sou o homem, em minha ilha dourada, longe de todos, perto de tudo.

Sede.

Seca Salgada sede que me atormenta.

Eu sou o homem.
Na ilha.
Com sede.